10 de outubro de 2010

Reflexão sobre a Lei 9.394



A Interdisciplina da Educação de Pessoas com Necessidades Especiais no eixo VI foi a que me marcou bastante, por ter nessa época em sala de aula um aluno especial.

Na postagem que fiz no dia 04/04/2010 demonstro claramente a minha angustia a respeito da Lei nº 9.394. Da educação especial, pois nada do que lá está escrito meu aluno recebeu para estar incluido na sala de aula juntamente com os demais colegas.

Muito briguei e lutei para que ele tivesse o mínimo do que tinha por direito.

A equipe diretiva teve que providenciar uma rampa para que ele pudesse ter acesso a sala de aula;

Como eu já não guentava mais levá-lo até a sala, pois ele era muito pesado e precisava firmar-se no meu braço para poder caminhar, solicitei que providenciassem uma cadeira de rodas;

Com a cadeira de rodas não tinha como ele ficar perto da classe, então foi necessário uma mesa especial;

Para ir no banheiro era outra dificuldade porque não tinha onde ele afirmar-se, então foi preciso colocar um corrimão;

Além desses ajustes para que o menino tivesse um pouco de conforto, tinha a questão das atividades diferenciadas. Devido as suas múltiplas dificuldades eu lhe dava revistas e pedia que escolhesse gravuras e rasgasse, essa era uma das atividades de que ele mais gostava. Depois eu pegava um papel pardo e ajudava ele a colar todas as gravuras formando um mosaico. A parte em que ele adorava era quando eu colocava o seu traalho exposto na sala de aula, e dizia para a turma: -Olhem pessoal o trabalho do X.

Até hoje me emociono ao relembrar dessas aulas, onde o mínimo que eu fazia deixava ele tão feliz.

Outra atividade que ele adorava era quando nós íamos para o pátio e eu deixava ele ser o juíz do jogo de futebol dos colegas ele apitava o tempo inteirinho.


Não sei se agia certo com meu aluno, mas tenho absoluta certeza de que tudo que fiz foi na tentativa de incluí-lo.

Hoje não tenho nenhum aluno com Necessidades Especiais, mas tenho percebido que cada vez mais as turmas estão ficando superlotadas de crianças precisando de maior atenção, e os educadores estão tratando-os como se nada estivesse acontecendo. As atividades são iguais para todos, uns não conseguem fazer nada, outros apenas copiam mecanicamente, sem intender o porquê da cópia e a minoria fica para aqueles que conseguem acompanhar o desenvolver dos conteúdos que a professora precisa vencer.

Então fica a pergunta. Quando é que esses alunos terão os seus direitos respeitados?

Eu procuro fazer a minha parte.

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Oi Iliana! Percebo que foi muito significativa para ti esta interdisciplina, proporcionando uma reflexão e 'ação' na tua realidade em sala de aula. E acabaste percebendo que a inclusão deve ser alvo de atenção em todos os níveis e relações, na atenção as especificidades e características de cada pessoa! Bjs! Maura -tutora do SI