5 de novembro de 2009

Inclusão de surdos na educação

Quero deixar aqui registrado, essa entrevista que encontrei no Portal Educativo Ceale, e que achei bastante interessante já que estamos nesse semestre estudando sobre Língua Brasileira de Sinais - Libras.
O professor diz acreditar que o aluno surdo encontra grandes dificuldades em aprender a língua portuguesa, e devido a isso possa vir a ocorrer a desistência.
Pensando bem, o importante e necessário seria que todo o professor tivesse preparado para receber esses alunos, só assim eles estariam recebendo uma verdadeira educação em que têm direito.

Ceale Debate discute inclusão
Em sua última conferência de 2009, evento abordou o ensino de surdos
Autor: Ana Flávia de Oliveira

O professor da PUC Minas e da Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte, Carlos Rodrigues, foi o convidado do Ceale Debate da última terça-feira, 27 de outubro. O especialista em Educação Inclusiva apresentou a palestra Inclusão de surdos na educação: como são construídas oportunidades de aprendizagem e participação em sala de aula? A conferência teve por base pesquisas desenvolvidas pelo professor, entre elas, sua dissertação de mestrado, concluída em 2008.
Mediada pela diretora do Ceale e professora da FaE/UFMG, Francisca Maciel, a palestra partiu de uma retomada histórica. Segundo Carlos Rodrigues, antigamente, os surdos eram considerados portadores de problemas mentais e, por isso, inaptos para o aprendizado. A aceitação da “natureza educável” dos surdos teve início a partir do século XVI. Desde então, outras transformações sócio-históricas contribuíram para o reconhecimento e a inserção das pessoas com deficiência auditiva na sociedade. Observando o contexto da sala de aula para desenvolver sua dissertação, Carlos Rodrigues notou que uma das principais causas das situações de incompreensão entre alunos surdos e professor ouvinte era o fato de se considerar a língua portuguesa como o idioma materno desses sujeitos ao invés da Língua Brasileira de Sinais (Libras). O professor acredita que o aprendizado da língua portuguesa demanda um gasto cognitivo maior da criança surda, o que pode resultar em desistência. Além disso, o pesquisador defende que o uso da Libras favorece o desenvolvimento do aluno surdo. “A Libras permite que todos tenham um acesso equiparado àquilo que está sendo dito. Mas ela deve ser utilizada como língua de instrução e não somente como um recurso a mais na sala de aula.” No entanto, apenas o uso da Libras não resolve o problema da inclusão dos surdos na sala de aula. Para Carlos Rodrigues, existem outros aspectos a serem considerados. “O professor deve ficar atento, por exemplo, à organização espacial da sala porque, para que possam se ouvir, todos precisam se ver.” Ele observou ainda que é preciso mudar a forma de ensinar e usar outras estratégias que permitam a participação efetiva dos surdos na construção do conhecimento. Outro aspecto destacado pelo conferencista durante sua apresentação foi a importância de não se caracterizar esse público apenas por uma determinada condição, no caso, a surdez. “Surdo é um termo abrangente, que não leva em consideração a diversidade existente”, disse Carlos Rodrigues. De acordo com o professor, é preciso considerar os variados graus de surdez, o estágio em que ela ocorreu, bem como as próprias diferenças decorrentes, dentre outros fatores, da idade e da personalidade de cada indivíduo.

Um comentário:

Simone disse...

Olá Iliana!
O professor Rodrigues aponta questões bem importantes na sua palestra.
Como te sentes para receber um aluno surdo na tua sala de aula?
Um abraço, Simone - Tutora sede